A Freguesia de Corroios é uma das mais populosas da periferia sul da capital, com cerca de 50.000 habitantes.
À semelhança da área urbana onde se insere, viu a sua população crescer exponencialmente, sobretudo desde 1974, com a descolonização subsequente ao 25 de Abril.
A liberdade conquistada nesta data originou também, entre muitas outras coisas, uma explosão de eventos culturais de vária índole, que eram quase completamente inexistentes durante o meio século de ditadura.
Efetivamente, durante o regime fascista, a cultura era considerada um estorvo, mesmo um inimigo, por ser um esteio de liberdade. E toda a liberdade era duramente reprimida.
Foi, no entanto, através do Poder Local, mais nuns locais que noutros, que se teceu uma malha cultural traduzida numa extensa variedade de eventos, criando hábitos de convívio público onde antes, por causa da censura e restante repressão, pouco ou nada existia. E a Freguesia de Corroios é uma das que tem, ao longo de todo o ano, um calendário cultural que mobiliza muitos milhares de pessoas de todas as idades, onde se espelha a multiculturalidade das suas gentes.
Foi neste meio que Vasco Ribeiro bebeu a inspiração para os retratos que apresenta agora, numa exposição que procura refletir essa mesma multiculturalidade, vivida em plena liberdade. Tendo vivido 30 anos sob a mordaça do anterior regime, Vasco Ribeiro sabe bem apreciar, talvez mais do que a grande maioria das pessoas atualmente, o que é viver em Liberdade.
A exposição de Vasco Ribeiro foi inaugurada hoje no Auditório José Queluz e está patente até dia 2 de julho.